Adolescentes obesos: a mãe deveria dar o exemplo
Sobrepeso e obesidade estão se tornando cada vez mais comuns em jovens. Um estudo brasileiro mostra com que frequência isso ocorre e quais fatores se associam com o problema
Jovens estão cada vez mais gordinhos, para não falarmos obesos. E isso preocupa já que é bem documentada a associação entre obesidade e aumento do risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, já durante a infância e a adolescência. Um estudo brasileiro procurou analisar a associação entre fatores de risco familiares e a presença de obesidade abdominal entre adolescentes.
A amostra foi composta por 691 jovens de ambos os gêneros, com idades entre 11 e 17 anos, residentes na cidade de Presidente Prudente, em São Paulo. A identificação da obesidade abdominal foi baseada no valor da circunferência de cintura, e os fatores de risco familiares, tais como escolaridade e excesso de peso dos pais, condição socioeconômica, número de irmãos e quantidade de televisores na residência foram analisados por meio de questionários.
Quanto aos resultados, dois dados chamam a atenção: o primeiro é que aproximadamente 15% dos participantes eram obesos, independentemente do sexo, apesar de leve predomínio entre os meninos. O segundo é que a obesidade abdominal associou-se com a rede privada de ensino, e sobrepeso/obesidade dos pais, mas, principalmente, e, em particular, da mãe. Isto sugere que além da carga genética, o fator ambiental é fundamental já que habitualmente cuida da criança e adolescentes é a mãe. É ela que cuida do que eles podem e devem comer.
Em outras palavras fica difícil cobrar dos filhos alimentação saudável se nós, os pais, não dermos o exemplo. Pois como bem poderia dizer o ditado neste caso “filho de peixe, gordinho é”. (Fernandes et al, 2009. Fatores familiares associados à obesidade abdominal entre adolescentes. Rev. Bras. Saude Mater Infant. 9(4): 443-449)
Fonte: https://dralexandrefaisal.blog.uol.com.br